Portfólio

Tuesday, November 27, 2007

“...E agradece ao destino aquilo tudo que a faz tão infeliz.” ;)

Thursday, November 22, 2007

Tuesday, October 30, 2007

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...sei lá de quê!”

Florbela Espanca
Relendo o que postei a baixo, diante dos eventos incômodos dessa semana que passou... Sinto-me um pouco inibida de ter reproduzido um trecho tão forte, de um filme igualmente forte.
Hoje já não sinto o que sentia dias atrás, porém hoje o que sinto, é tão mais vivo, muito mais intenso. Diferente. Como um susto. Como se tivessem arrancado algo de mim, algo que eu nem ao menos tive a oportunidade de ter em minhas mãos. Uma vontade irritante de agarrar tudo que eu possa ter um dia, de ter tudo por completo, de ter uma família completa, de poder ter o que eu ainda não sei que será meu. De simplesmente ter, e sentir que eu tenho, e de ter orgulho de ter. Li a pouco algo de Florbela Espanca, que não por acaso, fez um sentido estúpido...em um “lugar”, que hoje, também não por acaso, é importante para mim.

Vontade de simplesmente ter.
Vontade de jamais perder, nada, nunca, nem ninguém... agarrar tudo, com toda a força que eu imagino ter. Já que perder algo é demasiadamente cortante.

Thursday, October 04, 2007

"Vou falar-lhe de segredos de famíla, essa sagrada instituição que pretende incutir virtude em selvagens. Repita o que vou dizer: sagrada família, teto de bons cidadãos. Diga! As crianças são torturadas até mentirem. A vontade é esmagada pela repressão. A liberdade é assassinada pelo egoísmo. Família, porra de família!" (Ultimo Tango a Parigi)

Wednesday, September 05, 2007

Mais uma noite sem dormir.

"Passe pela Lapa, pelos arco-íris dos seus arcos mais explícitos.
Pelo claro-escuro, pelo som impuro, obscuros becos, claros dígitos..
Uma e meia, aperte um broto e com precisão pra lá de matemáticaa.
Saia às três e arroche.
A prima moto pra Bangu, e a segurança máxima..."

Thursday, August 30, 2007

O meu medo.

Existem pessoas que se incomodam com o suicídio, outras que consideram fraqueza. Eu particularmente não o desprezo, vejo uma beleza irritante. O vejo como uma escolha. Mas estamos sempre livres para escolher? O que quer que seja? Acredito que não, não podemos olhar tão profundamente a nossa dor, seja ela qual for, a ponto de findar os nossos dias. Alguém um dia pensou que ridicularizei a morte, ledo engano. Não que a veja com certa atração, na verdade a enxergo com repudia. Mas admiro a coragem de quem um dia pensou em antecipar o destino certo. Admiro e carrego comigo o medo da idéia de que todos um dia possam tomar partido daquilo que chega a ser um acaso.
Quando criança, criei fantasias raras, de perda, e chorei. Entrei em luto por tantas vezes, que não consegui contar. Foram diversos lutos, porque jamais pude ver de perto o que seria a dor da perda. A falta do que, ou de quem, eu poderia sentir?
Então a inventei.

Thursday, August 23, 2007

Tuesday, July 03, 2007

"Tempos brutais exigem arquitetura brutal"

Friday, June 29, 2007

Andam dizendo por aí que a vida é um sopro.

O retrato de uma cidade antagônica.

A cidade do século XXI ganhou novos valores e novas conotações simbólicas. O caos urbano, a velocidade dos automóveis e a vida agitada das metrópoles atuais, aliados a falta de segurança das ruas, determinaram um novo ambiente urbano, desfavorável para o desenvolvimento da vida social nos espaços públicos. Esse novo cenário abre margem aos lugares que se voltam para si e negam o ambiente comunitário.
Com o capitalismo entranhado na sociedade atual o espaço ganha uma forma direcionada para a utilização econômica. Atualmente quando se pensa em um local, pensa-se na função financeira que ele desempenha, na sua utilidade capitalista. Neste contexto, os espaços públicos, que são em sua maioria locais de convívio, de encontro coletivo e de relação com o outro, estão sendo reestruturados, por serem locais não rentáveis.
Todas essas prerrogativas criam base para o surgimento de ambientes privados como local de convívio: Shoppings Centers, hipermercados, entre outros. Eles estão ligados intrinsecamente à lógica do consumo, seja ele cultural ou comercial, que dentro desta lógica moldaram a cidade do século XX e que ainda reverberam sobre a cidade que adentra o século XXI.
No Brasil, as políticas públicas pouco valorizam a construção e a criação de espaços públicos, voltando seus esforços e incentivo à criação de espaços mais rentáveis economicamente, principalmente para o entretenimento “semi-público” ou privado. Aliado a isso está a necessidade de uma parte da população de se afirmar enquanto algo que possui condições financeiras para consumir o que é visto, criando uma lacuna no ambiente público – voltado tão somente para o entretenimento, encontros e práticas comerciais de pequeno porte.
Na dinâmica capitalista o trabalhador, aquele que possui uma jornada diária de 8 horas ou até mesmo superior, não possui forças vitais para fazer parte da dinâmica do espaço voltado para o convívio social, o que também influi na desertificação do espaço publico, enquanto centro de lazer.
Outro problema é a própria forma arquitetônica que o local público adquire em sua construção. A explosão da escala nos ambientes criou uma arquitetura “dinossaurica”, vertical, gerando espaços frios e pouco acolhedores, que dispensam qualquer relação com os sentidos e sentimentos humanos. Nessa reconfiguração de espaços, as praças, antes entendidas como lugares de permanência, ganharam uma conotação de local de passagem, quase sempre direcionado para o consumo. O ser humano é visto como um ser consumista, uma máquina que compra.
A partir do momento em que o indivíduo não possui condições econômicas para fazer parte da dinâmica do mercado, ele é visto como um corpo estranho, que precisa ser ignorado e até mesmo retirado e barrado de determinados espaços públicos. Uma vez que a exclusão é feita, degringola num círculo de ações negativas, aumentando o sentimento de medo da população.
Em uma cidade grande, o número de pessoas desconhecidas é consideravelmente assustador, existe uma espécie de aglomeração de pessoas em uma determinada área, na qual não se consegue alcançar uma aproximação mínima. Com o aumento do número de desconhecidos, aumenta-se a preocupação individual. A segurança do espaço público acontece na medida em que existe uma observação involuntária, por parte dos indivíduos, que definem o manto urbano, esta segurança está diretamente ligada a quantidade de olhos que se fazem presentes nesses lugares. Havendo pessoas, existirá segurança.
O que é interessante perceber é que enquanto o espaço público está perdendo o seu valor social, estão se abrindo lacunas na estrutura da sociedade.

Tuesday, June 12, 2007

Janela Aberta

Curta de Philippe Barcinski.




Janela Aberta

Algo sobre a arquitetura de São Paulo

Vale a pena assistir. ou não.



Arquitetura de São Paulo

"Novos Olhares"


Arquitetura
Não gosto de coisas marcadas. Me parece que roubam meu tempo. E eu de novo com essa história de tempo roubado. Mas isto é, para mim, como se fosse um peso. Gosto de fazer coisas do nada e para nada.

Tuesday, May 15, 2007

Se oriente rapaz...
E hoje escutei essa frase 'de novo, de novo e de novo'. E eu gosto disso. Porque é interessante perceber que outras pessoas também se interessam por deterninada música, determinada frase. Eu gosto de Elis em geral.

"Pela simples razão que tudo merece consideração..."



--> Determine rapaz onde vai ser o seu curso de pós-graduação... ;)

Thursday, May 10, 2007

Can anybody see the light
Where the morn meets the dew and the tide rises
Did you realise, no one can see inside your view
Did you realise, forwhy this sight belongs to you
Just set aside your fears of life
Thru this sole desire ...

(Portishead - strangers)

Thursday, March 22, 2007

... "Penso que todos os passos perdidos são meus" ...
E no normal não gosto da esperar, essa palavra em si já me irrita, e não sei ao certo se é diferente com outras pessoas, provavelmente não... Esperar é algo apreensivo, seria como se eu tivesse perdendo o tempo que nem ao menos existia. Com isso eu vou tentando roubar um pouco de tempo, nessas esperas que tanto me desagradam. Agora por exemplo, só parei para atualizar isto graças a uma espera, faltei aula para estar esperando um algo, acho consideravelmente inútil isso, mas também a aula não me seria tão útil nesse momento, assim acredito. Fico tentando encaixar um texto ou outro de leitura entre os entres dos meus dias, e infelizmente são textos, e não livros, graças a esses professores que insistem em ocupar o meu tempo, não me deixando espaço para o que eu realmente quero. São raras as vezes que consigo apanhar uns segundos de leitura do meu real interesse. Mas de uma forma ou de outra acabo por criar um vínculo produtivo por aquilo que eles insistem que eu faça, no entanto, existem um monte de porém. Fico assim, tentando roubar um pouco de tempo, no ônibus, entre uma aula e outra, nessas madrugadas de não sono, que me são cada vez mais frequentes, e entre esses momentos de espera, que eu desgosto, para tanto, me são produtivos, quando decido que assim seja.

Monday, March 12, 2007

Tire o seu piercing do caminho que eu quero passar.

Wednesday, February 14, 2007

O PESO E A LEVEZA

O eterno retorno é uma ideia misteriosa de Nietzsche que, com ela, conseguiu dificultar a vida a não poucos filósofos: pensar que, um dia, tudo o que se viveu se há-de repetir outra vez e que essa repetição se há-de repetir ainda uma e outra vez, até ao infinito! Que significado terá este mito insensato?
O mito do eterno retorno diz-nos, pela negativa, que esta vida, que há-de desaparecer de uma vez por todas para nunca mais voltar, é semelhante a uma sombra, é desprovida de peso, que, de hoje em diante e para todo o sempre, se encontra morta e que, por muito atroz, por muito bela, por muito esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor não têm qualquer sentido. Não vale mais do que uma guerra qualquer do século xIv entre dois reinos africanos, embora nela tenham perecido trezentos mil negros entre suplícios indescritíveis. Mas algo se alterará nessa guerra do século xIv entre dois reinos africanos se, no eterno retorno, se vier a repetir um número incalculável de vezes? Sem dúvida que sim: passará a erguer-se como um bloco perdurável cuja estupidez não terá remissão. Se a Revolução Francesa se repetisse eternamente, a historiografia francesa orgulhar-se-ia com certeza menos do seu Robespierre. Mas, como se refere a algo que nunca mais voltará, esses anos sangrentos reduzem-se hoje apenas a palavras, teorias, discussões, mais leves do que penas, algo que já não aterroriza ninguém. Há uma enorme diferença entre um Robespierre que apareceu uma única vez na história e um Robespierre que eternamente voltasse para cortar a cabeça aos franceses. Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume, porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efémero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; mesmo a guilhotina. Não há muito, eu próprio me defrontei com o facto: parece incrível mas, ao folhear um livro sobre Hitler, comovi-me com algumas das suas fotografias; faziam-me lembrar a minha infância passada durante á guerra; diversas pessoas da minha família morreram nos campos de concentração dos nazis; mas o que eram essas mortes comparadas com uma fotografia de Hitler que me fazia lembrar um tempo perdido da minha vida, um tempo que nunca mais há-de voltar? Esta minha reconciliação com Hitler deixa entrever a profunda perversão inerente a ao mundo fundado essencialmente sobre a inexistência de retorno, porque nesse mundo tudo se encontra previamente perdoado e tudo é, portanto, cinicamente permitido.

Se cada segundo da nossa vida tiver de se repetir um número infinito de vezes, ficamos pregados à eternidade como Jesus Cristo à cruz. Que ideia atroz! No mundo do eterno retorno, todos os gestos têm o peso de uma insustentável responsabilidade. Era o que fazia Nietzsche dizer que a ideia do eterno retorno é o fardo mais pesado (das schwerste Gewicht). Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplêndida leveza. Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela? O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes. Que escolher, então? O peso ou a leveza? Foi a questão com que se debateu Parménides, no século VI antes de Cristo. Para ele, o universo estava dividido em pares de contrários: luz-sombra; espesso-fino; quente-frio; ser-não ser. Considerava que um dos pólos da contradição era positivo (o claro, o quente, o fino, o ser) e o outro, negativo. Esta divisão em pólos positivos e negativos pode parecer de uma facilidade pueril. Excepto num caso: o que é positivo: o peso ou a leveza? Parménides respondia que o leve é positivo e o pesado, negativo. Tinha razão ou não? O problema é esse. Mas uma coisa é certa: a contradição pesado-leve é a mais misteriosa e ambígua de todas as contradições.
(Trecho do livro, A insustentável leveza do ser.)

Thursday, February 08, 2007

Bem vindo, meu caro, ao nosso mundo. Seja muito bem aceito no meio dos digníssimos seres humanos, seres os quais realmente merecem tal classificação. Bem vindo ao lugar no qual não faz diferença se você lutou para ter algo que ajudasse na melhoria de seus dias, como exemplo, um carro. Aonde o que importa é ter um carro, é dirigir um carro, mas se por ventura algum garoto ensangüentado estiver sendo arrastado por esse veículo, não se espante. Talvez seja um ato impensado, de quem também almeja melhorar seus dias, de quem, a qualquer custo, precisa de algo que para viver melhor. Conheça a sordidez humana. Veja e aceite o ponto em que chegamos. Ou não.

Wednesday, January 31, 2007

Vivemos nem estranho e maravilhoso universo. Apreciar sua idade, tamanho, violência e beleza exige uma imaginação extraordinária. O lugar que nós, seres humanos, ocupamos neste vasto cosmo pode parecer bem insignificante e, portanto, tentamos dar um sentido a tudo isso e ver onde é que nos encaixamos. Algumas décadas atrás, um cientista famoso (alguns dizem que teria sido Bertrand Russell) deu uma palestra pública sobre astronomia. Ele descreveu como a terra gira numa órbita ao redor do sol e como o sol, por sua vez gira ao redor do centro de uma vasta coleção de estrelas que chamamos de galáxia. No final da palestra, uma velhinha, no fundo da sala, levantou-se e disse: “O que nos disse é uma bobagem. O mundo é, na verdade um prato chato apoiado nas costas de uma tartaruga gigante”. O cientista lançou um sorriso superior antes de replicar: “E a tartaruga está em pé sobre o quê?” “Você é muito esperto, meu jovem, muito esperto”, disse a senhora “Acontece que são tartarugas da cima a baixo!”.
Hoje em dia, a maioria das pessoas acharia bem ridícula a imagem do nosso universo como uma torre infinita de tartarugas. Mas por que deveríamos supor que nosso conhecimento é melhor? ...

Stephen Hawking, Uma nova história do tempo.

Friday, January 26, 2007

E não é a coisa comum que constrói aos poucos nossos dias ??
Estou a um tempo pensando em como falar sobre algumas questões que julgo pertinente, mas na verdade possuo um tanto de desinteresse por expor idéias novas, até porque elas não me parecem claras. Ando percebendo o quão são dúbias as classificações que por vezes me pego fazendo ao correr de minhas horas diárias. Talvez elas sejam um tanto desnecessárias. Penso que a partir do momento em que passo a julgar isto ou aquilo pelo que essa coisa aparenta ser perco um pouco do que ela realmente é, uma vez que jogo uma carga efetiva de pensamentos que são inteiramente meus, por vezes me pego julgando algo de acordo com minhas experiências sobre determinadas coisas... Acredito então que para haver uma quebra de padrões e de pensamentos comuns, existe em mim uma necessidade de me firmar em uma não classificação de coisas em geral, uma vez que penso que se conceitualizo antecipadamente o meu entorno, acabo por não vislumbrar o novo. O ato que qualificar em muitas ocasiões acaba por fechar pensamentos e por construir preconceitos. Esse processo é um tanto quanto complicado e interessante.

Tuesday, January 23, 2007

Tenho no normal dificuldades para começar um algo ... para terminar penso que talvez seja um tanto pior ...

Wednesday, January 17, 2007

Água Perrier

Não quero mudar você
nem mostrar novos mundos
porque eu, meu amor,
acho graça até mesmo em clichês.
Adoro esse olhar blasé,
que não só já viu quase tudo,
mas acha tudo tão déjà vu
mesmo antes de ver.
Só proponho
alimentar seu tédio.
Para tanto, exponho a minha admiração.
Você em troca cede
o seu olhar sem sonhos
à minha contemplação:
Ai eu componho uma nova canção

Adoro, sei lá por que,
esse olhar meio escudo
que em vez de qualquer álcool forte
pede água Perrier.

Wednesday, January 10, 2007

Conversas ...

Renata: É inerente ao homem essa busca interminável por um algo, ao qual algumas vezes chamamos de felicidade, essa busca faz parte do foco libidinal, atrelamos a ele uma importância quase que essencial. O objeto de desejo realmente varia a cada ser humano, e no único ser humano varia de épocas e circunstancias, algumas vezes focamos na música, no namorado, na faculdade... Gosto quando se diz que para se alcançar realmente um estado pleno se faz necessário o gozo de uma não busca desejosa. Ou seja, vivamos sem nos preocupar com o alcançar o objeto desejado, não de uma forma penosa. Porque realmente não podemos satisfazer àquilo que está em constante transformação, ao que muda de foco de tempos em tempos. Está fora de nosso alcance o controle. Decidir ser feliz, ao meu ver é encontrar o equilíbrio entre o foco e a busca.

Leo: Como alcançar algo que sempre está mais a frente ? Está projetado e só mesmo isso ? Sempre estamos em busca de algo e com uma "singular" esperança de que tudo dará certo no final (ou errado) e que busca de resultados futuros, muitas vezes tão desejado que quando alcançado perde totalmente o valor. Justamente porque o bom mesmo é a procura. Daí voce fala: e agora ? Vou buscar o quê ?A felicidade não está fora, não está mais adiante, nem esteve atrás, ela apenas é o agora, assim como a tristeza ou o tédio !


=)

Tuesday, January 09, 2007

..Tenho por princípios
Nunca fechar portas.
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?...

Monday, January 08, 2007

Do grego: arché - αρχή = primeiro ou principal, e tékton - τέχνη = construção


Andei refletindo sobre a simbologia humana que, para mim, nada mais é do que uma maneira de dar forma ao conhecimento, se fazer entendido por todos. E me vi envolta a diversas coisas as quais eu mesma já havia experenciado e estudado na faculdade de arquitetura. Costumo dizer que arquitetura é a expressão materializada do pensamento humano, das vivencias e do desenvolvimento do homem, do conhecimento que é “fabricado” em determinado momento, por uma determinada civilização. Ou seja, um símbolo utilizado pelo homem, para dizer alguma coisa sobre algo, talvez se impor, uma maneira de se deixar ficar, se perpetuar por longas datas. O espaço precisa do homem, não só para construí-lo, mas para também vivencia-lo, assim como o homem precisa do espaço ... E este por conseqüência trás sempre um legado cultural, histórico, filosófico e psicológico ... com isso caímos em um ciclo interminável, homem x espaço. Falarei melhor sobre isso em outras ocasiões.


Pensamento em formação é difícil ganhar corpo definitivo...



Arquitetura é música petrificada.
(Goethe)

Friday, January 05, 2007

Algo sobre coisas novas.

A cada dia me deparo com coisas novas, não porque realmente sejam novas, mas porque talvez eu assim queira ver tudo que me cerca. Surpreendo-me com cada detalhe novo do velho conhecido, e me irrito, e choro, e dou longas e gostosas risadas. O novo se faz presente até no caminho de casa, ao qual eu poderia ditar de olhos fechados seus pormenores. E sinto cóleras agradáveis ao imaginar que um ele é um outro desconhecido qualquer, diferente do que talvez eu imaginei e imagino, um outro que me agrada um pouco mais até ... outras vezes nem tanto assim ... vezes estas que associo a alguma coisa negativa, e isso acontece com uma certa freqüência. Talvez pensem que sou eu um ente negativista, e talvez eu realmente seja, ou talvez não... Gosto das coisas que acabam por compor meus dias, gosto até da mulher que faz questão de 0,01 centavo em seu troco e da que não paga 0,17 centavos porque acha um absurdo cobra-la tamanha quantia, gosto também de ficar horas sem ter coisas úteis para serem feitas durante as noites, e voltar para casa e sentar nesta cadeira ... só para poder acordar tarde, e ver que minha manhã foi toda preenchida com um profundo sono. E assim vai se auto construindo meus dias, minhas semanas, e meus meses, meus poucos anos. Com coisas novas a cada segundo, porque como dizem o segundo que se foi, realmente se foi ... e falando assim vem um sentimento de nostalgia, uma saudade do segundo anterior. Uma saudade do que eu conheci no passado e que ainda existe, mas não quer se mostrar por inteiro para mim. Ficaria horas falando sobre coisa nenhuma, mas tenho sono, e são 3:21 da manhã que passarei dormindo !

A fábrica do poema

Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras.
Acordo;
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
Acordo;
O prédio, pedra e cal, esvoaça
Como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se,
Cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
Acordo, e o poema-miragem se desfaz
Desconstruído como se nunca houvera sido.
Acordo! os olhos chumbados pelo mingau das almas
E os ouvidos moucos,
Assim é que saio dos sucessivos sonos:
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos.
Metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
Sumidos no sorvedouro.
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
No topo fantasma da torre de vigia
Nem a simulação de se afundar no sono.
Nem dormir deveras.Pois a questão-chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado?